Ó desveladas pernas, que tão longe
Carregastes o poeta em sua fuga
Eu vos mirei, enormes e largadas
E roxas da gangrena subjacente.
Ó não as amputeis, homens de branco
Que rondais essas pernas apreensivos
Enquanto o poeta, pálido e prostrado
Lê "Canto general" para os amigos.
Que se não verifiquem os maus presságios
Que volte o sangue a circular nas pernas
E o poeta se erga, majestoso e mágico
E beba em meio a alegres mariaches
Cantando alto e bom som canções eternas
Nos caminhos sem fim da liberdade